terça-feira, 18 de junho de 2013

MINI DOSSIÊ ACERCA DOS ATUAIS PROTESTOS OCORRENTES NO BRASIL





Como prometido em meu segundo podcast, escreverei linhas sobre o extenso e importante assunto dos protestos ocorridos nos últimos dias em nosso país. Como todos sabem, o movimento a princípio era pela redução de R$0.20 das passagens de ônibus da região metropolitana de São Paulo, que serviu como estopim para milhares de pessoas irem as ruas, colocar sua revolta para fora e perdir por melhorias diversas na tão deficiente política brasileira.


O Brasil sempre esteve acordado, só estava calado. 

De modo geral, esses protestos são ótimos para mostrar que o cidadão tem plena noção do que está acontecendo ao seu redor. Outrora sofrendo calado, hoje encontra apoio para dizer o que pensa sem ser taxado como 'otário' pelos amigos que acham política uma coisa sem graça. Tão mostrando que a política é importante e a má organização dela resulta nas mazelas que estamos sofrendo há tempo calados, oprimidos em um ônibus que nos condicionam a situação de 'sardinha enlatada'. E que enfrentamos o caos do transporte público para passar por várias outras situações caóticas em lugares fundamentais para o desenvolvimento humano, como escolas e hospitais públicos. Mostra que o Brasil não tem oposição política e que o objetivo de quem entra em um cargo público não vai além do dinheiro. Que o lado vermelho, verde ou azul se misturaram em um arco-íris preconceituoso que só visa o benefício próprio. Nesses protestos até então deu pra sentir o gostinho de ditadura militar que só nossos avós tiveram consciência na época para experimentar esse regime intragável.


O preço da ganância

Já era conhecido de todos que boa parte dos políticos brasileiros tem o crime da corrupção como seu maior objetivo quando ocupam seus cargos. Utilizando-se da burrice de seus eleitores que também querem algo em benefício próprio (pode pesquisar, existem pessoas que já votaram por um milheiro de tijolos, entre várias outras coisas), prometem melhorias pessoais em troca de votos, transformando as eleições em moeda de troca para atos de corrupção ativa e passiva. Obviamente usou dessa mesma valia para troca de favores entre empreiteiras construtoras da estrutura para a Copa do Mundo, em 2014.Todos já acostumados a roubar, utilizaram o evento para  dar 'o grande golpe'. Sendo que ignoraram o fato que o brasileiro é muito ligado a futebol, e tal fato despertaria a curiosidade da nação acerca do assunto, o que foi escancarando todas as deficiências ao redor de um estádio padrão fifa. Erraram feio. O que seria o golpe de mestre está se tornando paradigma da incompetência da administração pública brasileira. A Copa foi a bomba relógio que foi alimentando a raiva de cada cidadão, e está explodindo com cada vez mais força nas ruas do país.

Retrocesso iminente

Além de ter ignorado a ânsia do brasileiro por futebol, o governo ultimamente também vem ignorando a diversidades dos cidadãos brasileiros. Projetos como Cura Gay, Estatuto do Nascituro e a remarcação de terras indígenas colocaram em xeque a política humanitária verbalizada pelos políticos em época de campanha. Os relatos do deputado e pastor Marco Feliciano também geravam bastante revolta por conter termos depreciativos, racistas e homofóbicos. A ironia de ter condenados do mensalão ocupando cargos de justiça e um Pastor homofóbico ocupando a cadeira de direitos humanos também foram motivos para protestos, só que bem mais tímidos. Parecia que  o Brasil, aos poucos, estaria retrocedendo quase cinquenta anos, voltando para a ditadura militar. E não foi para isso que os políticos que estão ocupando os três poderes foram eleitos.


A importância das redes sociais

Diferente de outras épocas, nem todos os meios de comunicação estão sobre domínio de uma pequena parcela da sociedade. As redes sociais permitiram maior interatividade, sem nenhuma barrieira imposta por edição ou empresários.Surgiram blogs e páginas alternativas de notícia. Comunicação feita pelo povo, para o povo. Grupos, comunidades, páginas, hashtags, tudo permitia  que várias ideias circulassem e ganhassem adeptos espalhados por todo país. As redes tornaram mais fáceis os processos para articulação e organização de eventos, inclusive políticos. Foi isso que possibilitou que  o fato desses eventos em simultâneo seja o maior desde as diretas já, para o impeachment de Collor. Também serviu como alternativa às notícias veiculadas pela grande mídia, servindo como reflexão e obrigando aos grandes veículos largarem as tendências corporativas e focarem apenas nos fatos ocorridos nas ruas. Sem as redes sociais provavelmente o protesto que iniciou-se em São Paulo teria bem menos pessoas e seria ignorado pela grande mídia nacional, sem grandes consequências jornalísticas.


Revolução em cadeia

Já dá para ver que os protestos em massa estão criando resultados positivos para os cidadãos brasileiros. Esses eventos forçam uma mudança nas pautas de conversa, fazendo com que todos dialoguem sobre política como algo importante. Mas não para por aí. O povo, possuindo maior senso crítico, revelará sua opinião, mesmo que contrária as corporações que controlam a grande mídia, forçando o cumprimento  do papel social do jornalismo. Pode ser até que os investidores comerciais não aceitem a princípio, não apoiando mais os veículos de mídia, ou até mesmo impondo sérias punições. Mas também não iria demorar muito para notar que tanto quanto a mídia, o mundo empresarial e político  devem funcionar em função do seu consumidor/eleitor, permitindo assim o desenvolvimento de uma nação que tem o seu povo como prioridade.

Sabemos que protestar não é legal, mas é necessário. Força e resistência para continuarmos lutando pelos nossos direitos, mesmo com todas as adversidades. Já conseguimos avanços. Aplicaram a isenção do PIS/COFINS determinada pela Presidente. Mas ainda falta  muito mais, e só com a fiscalização constante é que conseguiremos conquistar e manter nossos objetivos para um país melhor. Nos encontraremos na próxima quinta-feira, na Praça do Derby, às 16h.


Vamos buscar a ordem e o progresso

Mudança, Já!


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